segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Assunto: O Futuro

Em crianças perguntam-nos o que queremos ser. Normalmente aí a ideia está sempre muito definida, vai mudando de umas coisas para outras, mas temos sempre aquela ideia de que "quando for grande quero ser ...". E depois temos vinte anos. Vivemos sem expectativas reais. Ou com expectativas demasiado reais e demasiado negativas. Há dias em que é difícil pensar num futuro próximo. E há dias, em que, imagine-se, ter os tão aclamados 20 anos é difícil. Depois, quando se chega aos quarenta ou aos cinquenta, dizemos "ai quem me dera ter outra vez vinte anos". Pois aqui os meus vinte anos dizem-vos: pode ser bom voltar a ter 20 anos, mas só é bom se não calharmos num dia como o de hoje.

Não é por acaso que falo de profissões. Hoje já ninguém tira um curso ou começa a trabalhar a pensar que vai estar naquele posto, naquela função, com aquelas pessoas o resto da vida. Mas houve tempos em que isso aconteceu. E eram tempos seguros. Em que se podiam fazer planos minimamente reais, e que entre o sonho e os tostões que se amealhavam se podia sonhar com algo melhor. Hoje estudamos qualquer coisa. Pensamos qualquer coisa. Queremos ser qualquer coisa. E depois?

... hoje é um daqueles dias em que o que mais me custa é pensar no "e depois?".

Porque depois hão-de vir mais dúvidas, mais dificuldades, mais gente que não sabemos bem o que são, e mais gente que queríamos tanto que fossem mais alguma coisa. Porque é difícil não podermos ter todas as pessoas que queríamos, porque muitas vezes essas pessoas não nos querem. E porque também é muito difícil querer ser muita coisa, e pensarmos que não vamos conseguir, que não vamos poder e que "não vai dar".

Mas depois, penso, "porquê?".

E continuo a pensar na irregularidade da vida de hoje, nos altos de uns e nos baixos de outros. Na sorte e no azar. No copo meio cheio ou no copo meio vazio. Naquela coisa do destino. E depois só penso, que afinal o meu pode ser algo de bom. E quem sabe se para o ano não estou em Letras no Porto, não continuo a trocar mails, sonhos, músicas e palavras. Ou a sonhar acordado tantos sonhos parecidos com os da Di. A acreditar que a Tânia é uma super-mulher. E a ver a D. Isabel a vencer as batalhas com aquele sorriso. Penso na M e na Esteli, na Nádi e na Samanta numa grande festa no Porto, ou só num jantar feito por mim, na minha casa. Penso que estas serão as miúdas que me vão fazer acreditar que os baixos de hoje nunca estarão perto dos altos de amanhã. E esperemos que assim seja, não é?

Porque há dias em que era melhor estar noutro sítio. E por estarmos noutro sítio, já temos o pretexto para falar com o coração e pedir uma mensagem que nunca vem. Um olhar que demora a ver. Alguma coisa que demora sempre muito a chegar.

Hoje é um daqueles dias em que se começa bem, e se acaba mal. Como os altos e os baixos. Mas pronto. Teremos sempre os mails, as páginas dos blogues felizes, as vidas preenchidas e alegres para nos fazerem sonhar. Porque, quem sabe, se não teremos "tudo isso e muito mais"?

Hoje o futuro pareceu-me trinta vezes pior que o passado. E isso não é nada bom. Teremos sempre o amanhã, que poderá ser trinta vezes melhor que o hoje. E esses dias são tão bons!

1 comentário:

  1. ÁS vezes penso o mesmo! que estou a estudar e a gastar 3 anos da minha vida em vão. E eu não quero isso! Quero , tal como tu, que o meu futuro seja mais do que o meu presente e o meu passado.
    E nós vamos conseguir ;) Tenho a certeza ! ^^

    Vais Fazer pós-graduação ou mestrado no Porto? Depois vou lá ter contigo ;) Eu fico por cá para o mestrado! Vou fazer de tudo! ^^

    vou confessar que fiquei com lágrimas nos olhos quando li: "Penso que estas serão as miúdas que me vão fazer acreditar que os baixos de hoje nunca estarão perto dos altos de amanhã." - És único, amigo! Obrigada por seres sempre essa pessoa!

    Vamos continuar a sonhar :D e a fazer para que esses sonhos se realizem! um beijo grande

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