quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Família (Take 2)

Falava da família antes da net se ir por uns dias. A net foi. E agora voltou. E tenho de voltar a falar de família.

Pois que, sem saber, enquanto escrevia o referido texto, ocorria pela Avenida da Liberdade uma manifestação que se dizia a favor da família. Mas em que era acima de tudo contra o casamento homossexual e contra a adopção de crianças por estes.

Apenas quero aqui dizer que, dois pais ou duas mães irão dar - quase de certeza - todo o amor que uma criança precisa. E talvez mais do que aquele que um pai e uma mãe juntos dão, pois muitas vezes a gravidez não foi planeada e a vida em família reflecte isso mesmo. E o que é facto é que para adoptarem é porque têm muita vontade de formar família e dar amor verdadeiro a quem dele precisa.

Já para não falar que muitos dos filhos de casamentos (ditos) heterossexuais preferiam ser criados por homossexuais se isso significasse serem amados e respeitados.

Apenas queria deixar isso claro para alguém que possa um dia ler-me.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

FAMÍLIA

Vive-se de há uns tempos (longos) a esta parte, um total descrédito em relação à família. Em relação àquilo que a palavra significa e em relação a tudo o que podemos a ela associar. Em tempos família era sinónimo de casa cheia, de gargalhadas no ar, de olhares cruzados, de representações de carinho. Hoje não. O que vemos hoje são pessoas que, acima de qualquer coisa, colocam os seus interesses.
«Não vou ao jantar porque estou cansado»
«Não telefono porque estou com pouco saldo»
«Não me apetece»
«Não vou visitar porque me aborrece aquele ambiente»
Hoje todos querem sobressair. Nas famílias se se houve alguém a falar mais alto é porque a sua voz tem de se elevar para se fazer ouvir, já não é porque tem um 'comunicado' a fazer, um 'parabéns à cozinheira', ou uma notícia fresquinha que queira partilhar. Hoje há o padrasto e a madrasta. Os meios-irmãos. E tudo o resto a isto associado.
O dinheiro assume uma importância extrema. Porque tudo é caro e porque para tudo é preciso dinheiro. Deixaram de se fazer os piqueniques, as idas ao cinema em família, a ida natalícia ao circo de Natal.
É a crise.
Mas será só a crise?
Vivemos também uma crise de valores - todos sabemos isso.
Mas entre silêncios, crise (s), gritos, segredos e desculpas, temos de rever o conceito de família. E temos de voltar a ser uma família. Aproveitamos a chuva e fazemos um chá, sentamos-nos e conversamos. Como uma família.
Que tal? Vamos a isso...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Esta vida...

Cantam "esta vida de marinheiro - está a dar cabo de mim", mas eu acho que nos dias de hoje, qualquer marinheiro, é mais do que isso, português.

Andamos, sem saber onde.
Audições de 'personalidades' na Comissão de Ética.
O Primeiro-Ministro a vitimizar-se em directo em todas as televisões.
A oposição que sem o ouvir já diz que é mais do mesmo.
...

Enfim, e eu - do alto dos meus 19 anos - penso de mim para mim que vivemos hoje mais do que em qualquer momento um descrédito e um desacreditar de todos. No Primeiro Ministro ninguém acredita. A oposição encosta-se a esse epíteto e nada faz. E nós andamos aqui, entre marés cheias e marés vazias, quais marinheiros do mar alto, nestes mares pantanosos em que a culpa assenta na perfeição em todos e mais alguns.


É urgente tratar de tudo isto. Portugal foi em tempos um lugar bom para se viver.

Temos o Rangel, o Passos Coelho, o Aguiar Branco a disputar o lugar da Manuela... Mas quem nós queríamos era o Marcelo.

Temos o Sócrates, a reunir com todos para decidir o que fazer... Mas o que nós queríamos era que fizessem algo!

...

Enfim,

Esta vida de português está a dar cabo de mim!