segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Assunto:

Não sei que assunto por neste carta para ti e para ti, ah, e para ti. Não sei mesmo, e isso não me preocupa. Pode ficar assim, porque quem manda aqui sou eu. Hoje estou com um misto gigante de sentimentos. Se há duas horas estava nos patamares mais altos da boa disposição. Agora estou assim, sem saber porquê. Não estou mal disposto - nem tenho razões para isso. Não estou triste - acho eu.
Estou só sem saber como estou. Com a cabeça a borbulhar. Já escrevi um belo pedaço hoje. E agora que pensava que já tinha chegado, continuou a apetecer-me ver palavras pensadas a tornarem-se escritas, como que marcando o que neste momento vivo e sinto - é isso que gosto na escrita, na leitura, nas palavras e nas letras que nos compõem a vida.
Estou completamente sereno. O aquecedor está ligado e as obrigações mais ou menos cumpridas. Não tenho sono, não me apetece ler. Não me apetece ouvir música, não me apetece comer, nem ver vídeos, nem ler pensamentos de outras pessoas. Apetece-me estar assim: com os meus próprios pensamentos.
Até sei porque não continuei em alta, soube de uma ou outra coisa que me deixaram atordoado. E depois é esta coisa de pensar no futuro incerto que tenho pela frente que se nuns dias me anima, noutros me angústia.
Enfim, para o que serve isto mesmo? Para nada: só aqui está porque o fiz aqui directamente não vinha aqui à quinhentos anos e um dia ainda me esqueço definitivamente deste canto com pó e teias de aranha.
E pronto, já escrevi mais cinco minutos e já estive mais alguns momentos em sintonia com os meus pensamentos. Vamos ver onde me levam agora.


Ah, e o assunto era esse mesmo que está no título.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Assunto: Eu, os Pensamentos e as Questões

Acho-me boa pessoa. Peço desculpa pela presunção, mas acho que sim. Que tenho uma formação boa. Com um sistema de valores correcto. Com sentido de justiça. Valorizo acima de tudo a amizade e a verdade. Mas há dias, como o de hoje, no momento de agora, em que coloco tudo isto em causa. E penso que só o facto de colocar isso em causa já é um mau presságio.
Ora, especificando um pouco mais: estágio - encontrar organização; grupo - 3 elementos; hoje - encontro numa das organizações que respondeu; presentes - dois dos supostos três elementos; resultado - não ficámos; porquê? - falta de credibilidade.
A verdade é que a pessoa em questão não nos respondeu: «Não vos dou estágio porque não têm uma imagem muito credível, com a falta deste terceiro elemento...», desculpou-se com o facto de sermos três (algo pouco comum no momento de pedir estágio), com o facto de três ou quatro dos chefes de equipas / gabinetes estarem de baixa, licença, férias e ter mudado de emprego. E no fim mostrou-se aberta a que para o ano lá voltássemos, separadamente, e a frequentar Mestrado que teria todo o gosto em nos dar estágio.
Ora, a verdade é que quando marcámos a reunião a pessoa que a marcou e que nos recebeu já sabia que éramos três, e já sabia que os seus colaboradores estavam indisponíveis no momento, e ainda assim, mostrou-se aberta a receber-nos. O que nos deu a impressão de que iria aceitar-nos, porque não faria grande sentido marcar uma reunião para dizer que não.
A verdade é que depois deste episódio o sentimento era o de que tínhamos sido prejudicados pelo terceiro elemento que faltou. E continuo a achar que fomos. Mas ao mesmo tempo, sei que esse elemento faltou porque estava a trabalhar - que tem dois trabalhos, que vive sozinho, que paga um quarto, e que ainda está a terminar a Licenciatura.
E sabendo isto, fico sem saber se devo sentir-me prejudicado, ou se devo afastar estes pensamentos porque a verdade é que o terceiro elemento tem uma vida complicada e merece a minha compreensão e apoio.
E pronto. Nestes momentos sinto, realmente, que não sou assim tão boa pessoa. Porque apesar de achar que devia ser compreensivo, não consigo parar de pensar que hoje fui prejudicado grandemente por causa de outra pessoa.
Enfim, tentar sermos boas pessoas é uma treta. Se pudesse bater com a porta e decidir alguma coisa, as coisas piavam fininho. Irra, que não há paciência. Toda a gente em estágio e eu apiado por causa de factores externos à minha pessoa.

domingo, 7 de novembro de 2010

Assunto: Música

Há em todo o lado. Entramos na loja do Centro Comercial e ouvimo-la alto, a marcar a identidade daquelas pessoas, daquele produto, daquele momento. Ouvimo-la no autocarro no pequeno rádio do senhor motorista. E depois ouvimo-la nos nossos i-pods, mp3, mp4, computadores, televisões. Está presente. E na fase da adolescência ainda mais. Os jovens fecham-se sobre o seu mundo e, muitas vezes, a música é a forma que têm de comunicar, de partilhar, de dizer qualquer coisa que não sabem quais as palavras usariam.
E aquilo que se nota é que cada vez há mais formas de termos acesso a música do nosso agrado. Todos podemos hoje identificarmo-nos com alguém, alguma sonoridade, alguma voz. E isso é bom. É democrático e livre.
Se às vezes as pessoas partilhassem a liberdade da música noutros aspectos, seríamos um lugar muito mais livre, democrático e prático. Porque a música é tudo isso.